Marrocos-Chefchaouen, Meknes e Fes

O início da viagem pelo Marrocos deu-se por Casablanca e depois Rabat.

De Rabat viajamos cerca de 250 km até Chefchaouen. Nesse percurso tivemos uma parada para almoço que ficou na memória. Foi em um restaurante de beira de estrada do qual não me lembro do nome. As tajines estavam em processo de cozimento desde muito cedo, e as kaftas e as carnes foram grelhadas na churrasqueira na hora. O pão que acompanha todos os pratos veio aquecido. Foi uma surpresa boa. Bem simples, caseiro e rústico. Gostamos da experiência.

Ao chegarmos à cidade de Chefchaouen ficamos hospedados no hotel Dar Elrio. O hotel fica muito bem localizado. Apesar de simples é  charmoso. O café da manhã no terraço foi excelente, apesar do frio…

Deixamos a bagagem no hotel e saímos vagueando pelas ruas estreitas da medina da famosa cidade azul. Segundo o guia – e entre outras histórias, o azul é predominante em razão de acreditarem que a cor afasta os mosquitos. A cidade fica encravada no coração das montanhas Rif, o que faz com que mesmo no verão o ar seja fresco. Durante a nossa estadia, em janeiro, estava bem frio. O pequeno rio que passa  pela medina dá um charme especial à cidade.  Às margens do rio ficam os tanques onde as mulheres lavam roupas. Uma cidade pequena, linda, singular, frequentada por turistas estrangeiros e também por muitos marroquinos em férias. Fervilhada de gente – vendedores ambulantes, pessoas que caracterizam turistas para fotos, restaurantes, lojas de artesanatos, de roupas típicas, de tapetes e outros. Depois de andarmos pelas ruas com calma, parando nas vielas de arquitetura azul para admirar ou fotografar, chegamos à praça central chamada Uta El-Hammam onde visitamos as lojas, admiramos o por do sol atrás da mesquita Yamma el Kebir, e,  depois de procurar sem sucesso um restaurante que vendesse vinhos, lanchamos numa das lanchonetes que fica na praça.  Nesse e em outros dias da viagem não conseguimos beber vinho, mesmo nos restaurantes. A bebida alcoólica é muito restrita no país, e nem todos os restaurantes tem interesse ou autorização para vender. No entanto fomos abordados algumas vezes por vendedores de drogas.

Vista parcial da medina de Chefchaouen a partir do terraço do hotel. No espelho reflexo da cidade do outro lado da montanha.

O céu se misturando com as cores da viela

Tanque comunitário para lavar roupas

Praça Uta El-Hammam. Ao fundo o minarete da mesquita Yamma el Kebir – foto by Sonja

Pagando mico na medida de Chefchaouene

No dia seguinte saímos em direção a Fes. No caminho passamos pelas montanhas do Rif e visitamos as ruínas de Volubilis, uma cidade romana cujas ruínas constituem atualmente um sítio arqueológico parcialmente escavado. As ruínas e cidade de Meknes estão inscritas na lista do Património Mundial da UNESCO desde 1997.

Em Meknes visitamos:

• A praça El-Hedime, entre a cidade antiga e a zona imperial de Meknès. É super agitada, com engolidores de fogo, amestradores de animais, malabaristas e contadores de histórias, entretendo marroquinos e turistas. Há também um grande mercado de especiarias e artesanato.
• Lago Aguedal – um reservatório de água construído pelo Mulai Ismail, sultão do Marrocos entre 1672 e 1727, para irrigar os jardins e hortas de Mekness, servindo também como depósito de água da medina.
• Portão Bab El Mansour – a porta mais importante e maior das vinte portas da cidade de Meknes.
• Royal Stabel  – grandes salões para depósito dos grãos/mantimentos recebidos dos produtores como pagamento de impostos ao rei – informação passada pelo Ahmar (guia).

As ruínas de Volubilis – foto by Sonja

Mercado de especiarias na praça El-Hedime em Meknes.

Lago Aguedal em Meknes

Royal Stabel em Meknes –  foto by Sonja

Passamos poucas horas na cidade, mas foi o suficiente para vermos os principais pontos de interesse.

Já bem no final da tarde chegamos em Fes, cidade fundada no século IX e local da mais antiga universidade do mundo. Fes atingiu o seu apogeu nos séculos XIII e XIV, sobre o controlo dos Merínidas, quando substituiu Marraquech como capital do reino. O planejamento urbano e a maior parte dos monumentos datam desse período. Embora a capital política de Marrocos se tenha transferido para Rabat em 1912, Fes permanece sendo a capital cultural e espiritual. Ficamos hospedados no Riad Fes Maya Suite & Spa, que tem uma arquitetura marroquina esplendorosa.
Jantamos no Riad Rcif, dentro da Medina. A comida foi apenas razoável e o atendimento foi péssimo.

No dia seguinte visitamos a Medina de Fes. Tivemos orientação de um excelente guia local (Nabil). Trata-se da maior medina do Marrocos, com cerca de 350 mil habitantes. A medina é estonteante, com suas vielas em forma de labirinto, os burros de carga, o movimento intenso, a variedade de produtos, a mistura de todas as cores, odores e sensações. Nabil mostrou-nos o local de algumas locações da novela O Clone, além de outras atrações da medina, como o museu Dar Batha que é um museu etnográfico instalado num antigo palácio real do século XIX com o mesmo nome.

Na medina está localizada a mais antiga universidade do mundo, hoje transformada na Mesquita El Karaouine. Visitamos também uma cooperativa de arte em argila, que fabrica louças e peças para casa, além da Mesquita Fez el Jedid, Bou Inania (escola islâmica), Palácio Real (funciona somente a parte administrativa, não é residência do rei), medersas e o famoso curtume local, que ainda utiliza técnicas ancestrais para fabricação de couro. Almoçamos no Restaurante Dar Tajine Fès, excelente. As tagines estavam maravilhosas. Derb Elghorba 71, Ancienne Medina, Fes, +212 5356-35834. Para mudar um pouco o cardápio, à  noite fomos a um shopping center em Fes e saboreamos sandwiches no Burguer King!!!!! A salada de acompanhamento foi só para aliviar a culpa….

Estivemos no Museu Batha que fica num antigo palácio real de mesmo nome. Esse museu abriga objetos que retratam os trabalhos e a tradição desenvolvidos durante a história de Fez e região. 

Medina de Fes

Dar Batha Museu

Palácio Real

Arte em argila

Curtume

Uma das ruas reformadas da medina. Ruas das babuchas – sapatos marroquinos

De Fez seguimos para o Deserto de Merzouga, distante cerca de 520 quilômetros.

Bye, bye Fes… foto by Edmar.

O roteiro completo desde a chegada em Casablanca até a saída de Marrakech compôs-se de 14 dias, assim distribuídos:
1° DIA – CHEGADA EM CASABLANCA
2° DIA – CASABLANCA – RABAT
3° DIA – RABAT
4° DIA – RABAT – CHEFCHAOUEN
5° DIA – CHEFCHAOUEN – MEKNES – FEZ
6° DIA – FEZ
7° DIA – FEZ – DESERTO DE MERZOUGA
8° DIA – MERZOUGA – ERG CHABBI
9° DIA – MERZOUGA – VALE DE DADES
10º DIA – VALE DE DADES – OUARZAZATE – MARRAKECH
11° DIA – MARRAKECH
12° DIA – MARRAKECH – ESSAOUIRA – MARRAKECH
13° DIA – MARRAKECH
14° DIA – MARRAKECH –  AEROPORTO

ROTEIRO NO MAPS.

Viagem realizada no mês janeiro/2018.