Portugal – Alentejo e Algarve
Chegamos à quinta parte da nossa viagem a Portugal e Espanha em outubro e novembro de 2012, sendo a primeira Madrid – Espanha, a segunda Portugal – Vale do Douro, Minho e Porto, a terceira Portugal – Lisboa, Sintra, Cascais e Óbidos e a quarta Ilha da Madeira.
O Alentejo é uma das regiões mais antigas de Portugal, que conserva suas características rurais, com produção significativa de vinhos e de azeite, além de queijos e do famoso porco preto alentejano.
Saímos de Lisboa na tarde do dia 27/10/2012 (sábado) e seguimos diretamente à pequena cidade de Arraiolos, famosa pela secular produção de tapetes do mesmo nome. Tivemos sorte. Vimos que o centro da cidade estava fechado, e notamos que estava sendo realizada a Feira do Tapete de Arraiolos, evento que se realiza anualmente juntamente com a Mostra Gastronômica e o Festival da Empada de Arraiolos. A cidade inteira estava lá. Além de comprar alguns tapetes (inevitável), assistimos a uma apresentação de pioneiros da cidade, tomamos vinho, saboreamos empadas e, de sobremesa, dois doces maravilhosos fabricados pela Doceria Reis, o fidalgo e o pastel de toucinho.
Aproveitamos para visitar o Castelo de Arraiolos, construído em 1306 e que permite uma bela visão das casinhas brancas da cidade.
Chegamos à Albergaria do Calvário, em Évora (Travessa dos Lagares, 3, telefone 266745930), por volta das 17 horas. O hotel nos surpreendeu pelo charme e pelo excelente atendimento e simpatia dos funcionários.
Évora tem uma população de cerca de 49 mil habitantes. Foi elevada à categoria de “municipium” sob o nome de “Ebora Liberalitas Julia”, em homenagem a Júlio César, à época parte da Província Lusitana do Império Romano.
Trata-se de uma linda cidade murada com inúmeros monumentos históricos.
Na noite do sábado, por indicação do hotel, jantamos no Restaurante Dom Joaquim (Rua dos Penedos, 6, telefone 266731105) e não nos decepcionamos com a cozinha regional a bons preços. Saboreamos nossa primeira cataplana (*) de bacalhau.
No domingo (28/10), após o café da manhã, passeamos por Évora. Conhecemos a “assustadora” Capela dos Ossos, aquela que, na entrada, possui a famosa inscrição “Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos”. A Capela é um dos mais conhecidos monumentos de Évora. Está situada na Igreja de São Francisco. Foi construída no século XVII por iniciativa de três monges que, dentro do espírito da época (contra-reforma religiosa, de acordo com as normativas do Concílio de Trento), pretendeu transmitir a mensagem da transitoriedade da vida. Para isso buscaram ossos de todos cemitérios da região para construir o interior da capela.
Interior da Capela dos Ossos – Pai e filho amaldiçoados pela mãe que sofria agressão física dos mesmos. A maldição foi de que nem o diabo iria querê-los. Depois de mortos a terra não os consumiu. Viraram múmias.A seguir visitamos as belas ruínas do Templo Romano de Évora. Embora esse templo seja frequentemente chamado de Templo de Diana, sabe-se que a associação com a deusa romana da caça originou-se de uma lenda criada no século XVII. Na realidade, o templo provavelmente foi construído em homenagem ao imperador Augusto, que era venerado como um deus durante e após seu reinado. O templo foi construído no século I d.C. na praça principal (fórum) de Évora – então chamada de “Liberatias Iulia” – e modificado nos séculos II e III. Évora foi invadida pelos povos germânicos no século V, e foi nesta época em que o templo foi destruído; hoje em dia, suas ruínas são os únicos vestígios do fórum romano na cidade.
Depois da visita ao Paço dos Duques de Cadaval, também conhecido por Palácio das Cinco Quinas, fomos visitar a belíssima cidade de Monsaraz.
Monsaraz é uma freguesia do concelho de Reguengos de Monsaraz, com 88,29 km² de área e 782 habitantes (2011).
A vila de Monsaraz foi conquistada aos mouros, em 1167. O castelo de Monsaraz desempenhou ao longo dos séculos o papel de sentinela do Guadiana, vigiando a fronteira com Castela.
Almoçamos no simpático Restaurante Sabores de Monsarraz (Largo de São Bartolomeu, próximo aos muros da cidade, telefone 969217800), muito aconchegante e com excelente vista do Lago Alqueva. Dali é possível avistar também a Espanha e a Vila de Mourão, que fica na divisa entre os dois países. Saboreamos uma deliciosa “bochecha de porco preto alentejano”. Na sobremesa, a famosa Sericaia com Ameixa d’Elvas. O vinho foi o Monsaraz, fabricado pela Cooperativa Carmin, com sede na região.
A cidade medieval é belíssima, com pousadas, restaurantes e simpáticas lojas de artesanato. Compramos algumas peças numa das lojas da Mufla (www.mufla.com.pt), olaria regional do Alentejo que fica em São Pedro do Corval, a cerca de 15 quilômetros dali.
Em seguida visitamos a Herdade do Esporão, grande produtora de vinhos e de azeites localizada em Reguengos de Monsaraz. Compramos um exemplar do Alicante Bouschet 2009.
Ainda deu tempo de, retornando a Évora, visitar a Adega Cartuxa, na qual provamos e compramos um Pêra Manca branco safra 2009.
O jantar de domingo foi no tradicional Restaurante Fialho (Travessa dos Mascarenhas 16, Telefone 266703079). O destaque ficou por conta dos bolinhos de bacalhau na entrada e dos camarões ao alho e óleo.
A segunda-feira (29/10) prometia, principalmente na área gastronômica. Saímos cedo de Évora com destino a Albufeira, no Algarve. Hospedamos-nos no Hotel Vila Galé, que fica na praia do mesmo nome, telefone 289590180. http://www.vilajoya.com/
Nesse dia tivemos a melhor refeição da viagem (e olha que já havíamos comido muito bem até então). Almoçamos no Restaurante Vila Jóia, telefone 289591795, bem em frente ao local em que estávamos.
Pedimos Pregado (peixe) com duo de pimenta e espinafre e Bochecha de porco alentejano com risoto de chouriço, cevada e gambas (camarões). Fomos surpreendidos com deliciosas surpresas do Chef.
A sobremesa foi Mascarpone cremoso com pêra, chocolate beignet e gelado de expresso e cardamon. Vinho Reserva Branco 2010 da Nieeport (Douro).
Chegamos às 17 horas no Restaurante Moiras Encantadas (http://www.restaurantemoirasencantadas.com/ Rua Miguel Bombarda, 2, Paderne, Albufeira, telefone 289 368 797).
O restaurante, do Chef Rogério Alves, é premiado em concursos de gastronomia regional e um digno representante da melhor cozinha algarvia. Ricos, aromáticos e apetitosos, assim são os pratos que, com a assinatura de Rogério, cativam os comensais desta casa.
Foi nesse restaurante que o Julian, nosso “filho” alemão, trabalhou por alguns meses depois de retornar à Europa.
Pois bem. Chegamos cedo porque o Chef iria ministrar uma aula de Cataplana de Frutos do Mar para a Ivone e para a Bárbara, tia do Julian e que estava passando alguns dias em Paderne.
A aula foi excelente, e melhor ainda a recepção do Rogério e da sua esposa, Carla, excelentes anfitriões. A cataplana ficou deliciosa, bem como as entradas e a sobremesa – Morgado Algarvio.
No dia seguinte (30/10) tínhamos um missão: comprar nossa panela cataplana. Iniciamos a busca ainda em Albufeira, mas achamos o primeiro exemplar no Supermercado Jumbo, no Shopping Fórum, em Faro. Mas era ainda um modelo pequeno (tamanho 26). A partir da indicação de uma recepcionista da loja, chegamos à cidade chamada Olhão, simpática estância turística praiana que fica a 8 km de Faro. Ali visitamos o Mercado Municipal, com um pavilhão inteiro dedicado a peixes e frutos do mar frescos e outro a frutas, verduras e temperos. Em frente ao Mercado saboreamos uma cataplana de mariscos. O garçom, brasileiro, nos forneceu aventais para nos proteger dos líquidos que poderiam “voar” quando fossemos abrí-los.
Para achar nossa cataplana grande tivemos que sair da rua praiana e entrar um pouco pelo meio da cidade. Achamos na loja Rosa Figueiredo, Rua Mouzinho de Albuquerque, 8, Telefone: 289 702 539.
Vencida a missão, despedimo-nos de Portugal e seguimos em direção a Sevilha, na Espanha.
(*) A cataplana é um recipiente para cozinhar alimentos, típico do Algarve. Também se usa o mesmo termo para designar os alimentos confecionados nesse recipiente.
É uma espécie de panela metálica formada por duas partes côncavas que se encaixam com auxílio de uma dobradiça e muitas vezes com dois fechos laterais. Normalmente, os alimentos – geralmente mariscos, mas por vezes com diferentes formas de carne de porco, com cebola, vários temperos e, por vezes, batatas ou outros vegetais – são colocados crus dentro da cataplana e deixados a cozinhar com ela fechada em fogo brando.
Antigamente fabricada em cobre, hoje o modelo mais adequado é a feita em aço inoxidável. As que compramos são da marca portuguesa Silampos.
Veja os demais posts da viagem:
Vale do Douro, Minho e Porto – Portugal
Lisboa, Sintra, Cascais e Óbidos – Portugal
1 Resposta para "Portugal - Alentejo e Algarve"
Má Oliveira 03/09/2014 (18:36)
Puxa, que delícia de viagem que deve ter sido!!! Portugal deve ser mágico *—*