A segunda-feira foi marcada por uma experiência mesclada de turista e de morador. Fomos ao Castelo de São Jorge utilizando metrô e o chamado “elétrico” (linha 28) que percorre avenidas e ruas estreitas. No castelo a visita restringe-se à parte externa. O ponto positivo é a excelente vista da cidade e do Rio Tejo.
Descemos a pé pelas charmosas e muito antigas vielas (ruas medievais) da Alfama, observando a rotina dos moradores e do comércio da região. Caminhamos até à Sé e à igreja de Santo Antônio. São lindas. No caminho paramos em garrafeiras (distribuidoras de vinhos) e pequenas mercearias.
Nossa meta era chegar no Café A Brasileira, no Chiado – rua Garret, 120. Foi uma subida considerável.
Subimos mais um pouco até a Rua do Loreto, para procurar a famosa Casa de Velas que funciona no mesmo local desde 1789, no número 53. A funcionária que nos atendeu se orgulha de trabalhar para o filho do seu primeiro patrão. Descemos depois para a Luvaria Ulisses, também tradicionalíssima, aberta em 1925. Ela fica em uma portinhola pequeníssima na Rua do Carmo, 87-A. As luvas ali são vendidas nas medidas exatas das mãos dos clientes.
Dali visitamos o Mosteiro dos Jerônimos e a Torre de Belém, que ficam na mesma região.
Nesse dia almoçamos no Restaurante Tavares, que tem uma estrela no guia Michelin (*) e que fica na Rua Misericórdia, 35. A qualidade da comida era excelente, mas achamos o ambiente sem aconchego, não acolhedor. Talvez em razão da decoração contar com muitos espelhos e cheio de detalhes dourados e chiques, ficamos com a sensação de fazermos parte de uma pintura, ou seja, de estarmos dentro de um quadro. Talvez seja melhor no jantar. Pedimos os seguintes pratos principais: Improvisação à Pedra de Sal Lusitana (bacalhau com tinta de lula grelhado na pedra) e Minha Pátria a Língua Portuguesa; de entrada: Sardinhas bem Redondinhas em milho de conchas, Bacalhau, Lula, Tinta, Caracóis e Tomate no Mexido; de sobremesa: Pêssego Careca e de Roer, Amora e Alfazema.
À tarde visitamos o Parque das Nações e o Oceanário de Lisboa. O Oceanário é fantástico. A reprodução do ambiente marinho, os peixes e demais animais que habitam os oceanos é incrível. É possível ficar várias horas ali – é lindo e relaxante.
No jantar fomos a um restaurante recomendado por amigos – o Solar dos Presuntos, que fica na Rua Portas de Santo Antão, 150. É um lugar muito frequentado por brasileiros. Pedimos pernil e bacalhau assados. Gostamos muito. Valeu pela dica do Dr. Jorge Faber, ortodontista de Brasília, e do nosso amigo Jorge Castro, de São Luís (MA).
Na quarta-feira (24/10) visitamos Sintra, Cascais, Estoril e, ao final da tarde, Óbidos. Chegando a Sintra saboreamos a “queijada da Sapa”, um pequeno doce produzido pela mesma fábrica desde 1756.
Após visitar o centro de Sintra fomos para o Castelo da Pena. Esse castelo é do século XIX, e chegou a ser habitado pela realeza em Portugal. Ali há uma árvore genealógica da família real portuguesa, e é possível ver que D. Pedro I foi, em Portugal, D. Pedro IV. Em 1826 ele abdicou do trono em Portugal em favor da sua filha, que governou Portugal entre 1826 e 1828 e entre 1834 e 1853. D. Pedro I continuou como Imperador do Brasil até 1831, vindo a falecer no Palácio de Queluz, em Portugal, em 1834.
Almoçamos no Restaurante Fortaleza do Guincho, em Cascais, que fica na praia do Guincho, belíssima. O restaurante possui uma estrela no Guia Michelin. Tanto o ambiente quanto os serviços e o cardápio fazem jus a ela. Além dos agrados do Chef que foram muitos, saboreamos, de entrada, bouquet de legumes da Quinta do Poial cozidas com limão confit e manjericão; pãozinho de sêmola com culatello di zibello (salame da região de Parma). Como prato principal: porco preto da região alentejana assado, refogado de cépes e cebolas confitadas; veado salteado, puré de butternut com cinco especiarias, frutos de outono, giroles e molho condimentado com pimenta da Tasmânia. Sobremesa: Crosta de côco com ananás marinado com lima, geléia de frutos tropicais, sorvete de côco-lima. Pedimos o vinho tinto Azamor, do Alentejo, safra 2009.
Voltamos a Lisboa, deixamos o carro no estacionamento do hotel, seguimos para o aeroporto e tomamos o voo para Funchal, na Ilha da Madeira.
Comentário do Silas: gosto demais de viajar e Deus me deu a felicidade de conhecer vários lugares no mundo. Mas emocionei-me somente em duas ocasiões. A primeira ao chegar a Paris pela primeira vez, em outubro de 2008, por ser a primeira viagem para a Europa e pela beleza da cidade. A segunda agora, em Lisboa. Senti-me verdadeiramente em casa, talvez pelo fato de ter origens portuguesas (por parte do meu pai). O fato é que, ao embarcar para a Ilha da Madeira levei, na bagagem, saudades de Lisboa.(*) Guia Michelin: guia de referência de hotéis e restaurantes presente na maioria dos países europeus e outros vários no mundo. Classifica os restaurantes com estrelas (de uma a três). É o mais respeitado guia gastronômico do mundo. Ganhar estrela nesse guia traz prestígio e reconhecimento ao restaurante e ao Chef.
Veja os demais posts da viagem:
Vale do Douro, Minho e Porto – Portugal
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