A Guatemala fica na América Central e faz fronteira com México, Belize, Honduras e El Salvador. Tem como capital a Cidade da Guatemala, que é seu maior e mais populoso centro urbano. Também é o país centro-americano mais populoso.A história da Guatemala está vinculada à civilização maia. Atualmente setenta por cento da população é descendente dos maias, os outros trinta por cento são miscigenados. A língua oficial é o espanhol, que convive com outras 23 línguas indígenas. Não foi uma escolha deliberada conhecer a Guatemala. O Silas faz um mestrado a distância e uma das semanas de aula presencial do curso foi na cidade de Antigua, primeira capital do país. Recebendo o convite para acompanhá-lo, não pensei duas vezes: tirei folga do trabalho e lá fui eu com o intuito de conhecer o máximo possível do pais. Valeu a pena. É um país peculiar.Ficamos hospedados no Hotel Camino Real em "La Antigua", cidade situada a 45 km da capital. A cidade foi fundada em 1543 e conserva quase 500 anos de história. Os seus edifícios têm grande valor histórico e foi declarada como Patrimônio Mundial da Unesco.É uma cidade rodeada de vulcões - alguns ativos, e castigada por terremotos. Em 1773 foi destruída por um terremoto. Posteriormente foi reconstruída, mas a ameaça de erupções de vulcões e de terremotos sempre persiste. Andar por suas ruas de paralelepípedos observando as ruínas, as construções históricas e os maias com seus trajes típicos vivendo o seu dia a dia traz um sentimento de que voltamos no tempo. À noite a luzes são parcas e em tom amarelado, dando um ar romântico e pitoresco. A cidade tem aproximadamente sessenta mil habitantes e possui boa estrutura turística, com hotéis e restaurantes de todos os padrões. Na cidade visitei: Casa Santo Domingo, onde há museus e as ruínas do templo e convento de Santo Domingo. Caminhei por trinta minutos visitando lindos jardins, museus interessantes de arte pré-colombiana, arte sacra, prataria, catacumbas, chocolate, fábrica de velas... terminei a manhã saboreando uma deliciosa massa no restaurante "El Refectório Del Prior". Apesar de combinar com o ambiente, a única coisa de que não gostei foi ficar ouvindo música gregoriana durante todo o tempo. Há quem goste. De lá sai, de hora em hora, uma van para o El Cerro, ponto mais alto da cidade, onde há uma exposição ao ar livre de obras de arte feitas por artistas guatemaltecos, e de onde se tem um linda vista da cidade. As obras ficam disponibilizadas aleatoriamente pelos jardins. Pode-se tomar café da manhã ou jantar no restaurante "El Tenedor del Cerro", que possui varanda com vistas para dois vulcões. Bom passeio para se fazer de manhã. Na nossa primeira noite na cidade jantamos no El Tenedor del Cerro. Pedimos o menu "Especialidade do Chef" e estava muito bom.
O arco de Santa Catarina é a marca registrada da cidade histórica e um exemplo da arquitetura colonial. Dizem que foi construído para que as freiras pudessem cruzar a estrada sem ser vistas. Em dias claros pode-se avistar o vulcão ao fundo. É o cartão de visita da cidade. As ruínas do Convento das Capuchinhas, fundado 1736 e quase destruído pelo terremoto em 1773. Uma bela construção. Passear pelo pátio e pelos cômodos é como fazer uma viagem no tempo e imaginar como era a vida naquela época. Apesar do convento ser enorme e lindo, muitos dos cômodos são usados como escritórios para atividades administrativas, o que quebra um pouco a atmosfera de antiguidade. Faltam informações no local sobre a história do convento. O Tanque de La Union: é um tanque comunitário para lavar roupas construído em 1853 e preservado até hoje. Antigamente nem todas as casas possuíam um lugar para lavar roupas. Assim, eram utilizadas a lavanderias públicas. La Iglesia de La Merced é um símbolo do barroco colonial espanhol que sobreviveu ao tempo e a dois terremotos. Tem uma fachada lindíssima.A Catedral de San José fica na praça central da cidade. A construção iniciou-se em 1542 e foi interrompida várias vezes em razão dos frequentes terremotos. Tornou-se catedral em 1743. Na época era considerada a catedral mais luxuosa da América Central. Mercado de artesanato, onde são oferecidos todos os tipos de tecidos e artesanatos. É bem turístico. Além de conhecer "La Antigua", fizemos outros passeios pelo país: para a capital Cidade da Guatemala, o Vulcão Pacaya, Tikal, Chichicastenango e Lago Atitllan.
Cidade da Guatemala - Para conhecer a cidade que fica a 45 km de Antigua contratei um motorista. Saímos de Antigua de manhã e voltamos às 14:00 horas. A Cidade da Guatemala é uma cidade grande - com cerca de três milhões de habitantes. Possui áreas nobres e áreas pobres, como as cidades do mesmo porte aqui no Brasil. Passeamos pelas principais zonas e visitamos o Museu Ixchel da Vestimenta Indígena, a praça central, a Catedral Metropolitana e o Shopping Flores. Valeu pela curiosidade de conhecer a cidade, mas não via a hora de voltar ao charme de Antigua. No retorno saboreei um delicioso cogumelo portobelo no restaurante Hector´s Bistrot.
Passeio ao Vulcão PacayaTanto eu como o Silas tivemos, em dias diferentes, a oportunidade de conhecer de perto o vulcão Pacaya. É um dos três vulcões ativos da Guatemala e fica próximo de Antigua. Em maio de 2010 teve uma forte erupção que causou a morte de um jornalista de televisão e desabrigou milhares de pessoas.Apesar de no domingo anterior o programa Fantástico ter noticiado sobre a erupção súbita de um vulcão no Japão que matou 50 pessoas, não resistimos à tentação de conhecer o vulcão Pacaya de perto.Saímos de manhã de Antigua. Estávamos em quatro pessoas, eu e mais três mexicanas - mãe e duas filhas. Chegamos a uma pequena cidade que fica ao pé do vulcão chamada San Vicente Pacaya. Ali são oferecidos aos turistas aluguéis de cajado e de cavalo para ajudar na subida e na descida.A subida é bem íngreme, e leva entre duas a duas horas e meia para chegar ao topo. Pode-se subir a pé ou a cavalo (ao custo de 100 quetzales, a moeda local). Como querem "vender a montaria", eles acompanham o grupo puxando os cavalos com uma corda e ficam o tempo todo oferecendo-os enquanto os turistas estão ofegantes pela dificuldade da subida, inclusive em virtude da altitude. À exceção de uma das mexicanas (a mãe), não alugamos cavalos, somente o cajado.Como percebi que os guias locais estavam apostando na minha canseira para alugar um dos cavalos, fiz uma aposta comigo mesma de que não iria sucumbir ao oferecimento. Consegui chegar ao topo caminhando. Fiquei tão feliz!O Silas disse que não resistiu e contratou a montaria por 25 minutos. Ficou feliz também.A última erupção no Pacaya foi em março de 2014, e as lavas ainda estavam quentes quando o visitamos. Em alguns lugares é possível "assar" marshmallows e as famosas tortillas guatemaltecas.É uma aventura um pouco perigosa, mas que vale a pena pela beleza do vulcão e pela visão da força operante da natureza. Depois de assar marshmallows e curtir um pouco da paisagem, iniciamos a descida, e depois de uma hora e meia, chegamos ao ponto de partida. Chegamos em Antigua às 14:30 horas e, aceitando convite das minhas novas amigas, Sofia, Karina, Marcela e o guia Miguel, almoçamos num restaurante de comida típica. Um bandejão.Um passeio por Chichicastenango, Panajachel e Lago AtitlanContratamos esse passeio pela internet. No caminho paramos num café típico, onde se pode assistir ao preparo das famosas tortilhas de milho. As tortilhas são consumidas como acompanhamento das principais refeições ou a qualquer momento.Paramos também para admirar a erupção de um dos vulcões ativos, o Fogo. Foi interessante observar a fumaça saindo em forma de couve-flor a intervalos distintos.
Visitar Chichicastenango é dar um mergulho na vida comercial dos locais e é uma atração obrigatória. A cidade é conhecida por ser a casa da cultura Maya Quiche. O mercado/feira é famoso pela vitalidade e pela grande variedade de artesanatos e de produtos locais, que os habitantes da região ofertam todas as quintas-feiras e domingos. Os produtores ou compradores das cidades vizinhas vêm nos "chicken buses", ou ônibus de galinhas, tradicionais em toda a Guatemala, que carregam passageiros, mercadorias e animais, dentro e na parte superior. Um desespero!No espaço onde "opera" o mercado encontra-se a antiga Igreja de Santo Tomas, que foi construída em cima de uma plataforma pré-colombiana. Esse edifício preserva traços originais de um templo maia que permanece como centro de adoração. No domingo em que lá estávamos houve uma procissão sincrética (católica e maia ao mesmo tempo). Super colorida e com sons de tambores. Impressionante.O passeio continuou em Panajachel, uma cidade às margens do lago Atitlan. Cercado por três vulcões, Atitlan, Toliman e San Pedro, o Lago Atitlan é considerado um dos mais belos lagos do mundo. Em torno dele há muitas pitorescas aldeias maias e que podem ser alcançadas apenas atravessando o lago em barcos a preços acessíveis. No dia da nossa visita a visibilidade não era boa. Por isso, não houve condições de tirar boas fotos do lago. A cidade é um charme. Lembra cidades praianas, cheia de restaurantes e lojas de artesanato.Parque Nacional do Tikal - Patrimônio da humanidadeNo dia anterior ao nosso retorno para o Brasil conhecemos Tikal. Outro passeio obrigatório.Fomos de avião da Cidade de Guatemala para Flores, capital da Província de Petén e ponto de apoio para Tikal, que fica a cerca de 65 km.Tikal foi a maior das cidades e um dos maiores centros populacionais e culturais da civilização maia. Iniciou-se a construção de sua arquitetura monumental no Século IV a.c. Estudiosos estimam que, no seu auge, a cidade teria uma população entre 100.000 e 200.000 habitantes.O sítio apresenta centenas de construções antigas significativas, das quais apenas uma parte foi escavada em décadas de trabalho de arqueologia.Nosso guia foi o Nixon, descendente dos maias e que era "uma figura". Ele deixou claro o orgulho que sente pelos seus antepassados. Fazia as colocações usando o plural "nós, os maias".Foi impressionante perceber a sabedoria e a ciência que os mais tiveram que ter, àquela época, para construir aquela magnífica cidade, com avançados conhecimentos de arquitetura, pontos cardeais, ventilação, posição do sol, canais de água, agricultura etc.É um prazer para os olhos e para a imaginação olhar para a grandiosidade dos monumentos, as praças e as construções de apoio e lazer. Segundo o guia, ali existem mais de quatro mil monumentos e somente trinta por cento foram escavados pelos arqueologistas - os demais estão sob a vegetação.Ao andar pela floresta percebe-se os monumentos a serem escavados. Passear pelas ruínas maias é uma aventura inesquecível!Para fazer o passeio é recomendável usar roupa leve, bloqueador solar, repelente e evitar roupas quentes. Cai na besteira de ir de calça jeans e me arrependi.Contratamos a maior parte dos passeios na Guatemala por meio dos serviços do Visa Concierge, e fomos muito bem atendidos. A operadora local foi a empresa "Guatemalan Adventures" - ver link ao final.
Gastronomia em AntiguaComo sempre fazemos em nossas viagens, a gastronomia é muito, muito importante. Conhecer a culinária local - se possível com toque de alta gastronomia, é imprescindível. Na Guatemala o milho é o rei da cozinha. Além das tortilhas há os tamales (coloridos ou negros) e outros pratos. O feijão também é bastante presente - principalmente o preto. Ele é utilizado em uma pasta para rechear as tortillas e também de outras formas, a exemplo do feijão com carne suína. Como já dito, no dia da chegada fomos ao primeiro restaurante: El Tenedor del Cerro, no alto do Cerro Santa Inês, de propriedade da "Casa Santo Domingo Hotel". Boa comida.
Há vários restaurantes que servem a comida típica chamada "chapina". Estivemos em alguns, como o "Fonda de la Calle Real", o "Elú" e o "El Tenedor". Fomos também ao "Meson Panza Verde", ao Bistrot Cinq e ao Hector's Bistro, que combinam ingredientes guatemaltecos com a cozinha internacional. Todos muito bons.Gostamos muito dos doces, do café, do suco "Rosa da Jamaica" e do rum Zacapa. Compramos o livro "Cocina Guatelteca - Receitas típicas.' Talvez me arrisque fazer algumas das receitas.
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