O início da viagem pelo Marrocos deu-se por Casablanca e Rabat, seguido por Chefchaouen, Meknes, Fez, Deserto de Merzouga e Vale de Dades.
Marraquexe foi a última cidade do nosso passeio pelo Marrocos. De Boumalne Dades até Marraquexe são mais ou menos 380 km indo pela via R307 e passando pelo Alto Atlas. Saímos de Boumalne Dades e fizemos uma parada em Ouarzazate para almoço e visita a um estúdio de cinema. A cidade é uma espécie de Hollywood do Marrocos. Lógico que atualmente está longe da qualidade dos estúdios americanos.
Um pouco sobre a cidade de Marraqueche ou Marraquexe ou Marrakech. É a cidade mais conhecida do Marrocos, a quarta maior do país e foi por algumas vezes a capital. É a cidade que mais atrai turistas no país, considerada importante centro econômico e destino turístico conhecido no mundo todo. A medina de Marraquexe foi classificada em 1985 como Patrimônio Mundial e tem o maior maior Suq (mercado tradicional berbere) onde são vendidos e fabricados diferentes produtos artesanais, a exemplo de tapetes e babuchas.
Como em todas a cidades que passamos, na medina é onde se concentra a parte histórica e o estilo de vida dos berberes. Na cidade moderna, por sua vez, há shopping centers, bares, restaurantes e avenidas largas entremeadas com monumentos, praças e museus históricos.
Em Marraquexe ficamos hospedados no Palais Blanc Riad de Charm. Fica na medina e é bem localizado, charmoso e com um bom café da manhã.
Lá fizemos as seguintes visitas guiadas:
– Tumbas Saadianas, que é um mausoléu coletivo onde estão enterrados membros da dinastia saadiana, que reinou nos séculos XVI e XVII. O prédio está divido em três partes, e a parte mais bonita possui colunas brancas e decoração em madeira de cedro. Os túmulos são de mármore carrara. No pequeno jardim exterior foram enterrados os servos da família real e os soldados. Vale a visita.
– Palácio Bahia, cujo nome Bahia significa “a bela”, foi construído por solicitação do grão-vizir Si Mussa. Segundo nosso guia, o nome do palácio foi dado em homenagem à mulher preferida do vizir. Apesar da ausência dos móveis, a construção impressiona pela beleza da decoração do teto e das paredes, bem como pelos lindos pátios.
Possui muitos quartos e diversos pátios e jardins. A presença do guia foi importante, pois não há explicações nos ambientes.
– Mesquita Cutubia, que fica próxima à praça Jamaa el Fna (a maior e mais central da Medina). À noite o minarete da Mesquita fica iluminado e pode ser visualizado de quase todos os cantos da cidade. O nome Cutubia quer dizer: a dos livreiros, e faz referencia aos vendedores de livros que trabalhavam nos arredores da mesquita. O minarete tem sessenta e nove metros de altura. Dizem ser o prédio mais alto e o símbolo da cidade. Na Mesquita é vedada a entrada de não muçulmanos. Infelizmente, por problemas técnicos, não tenho sequer uma foto dessa mesquita.
– Museu Dar Si Said – é o museu de arte e do artesanato tradicional marroquino. O prédio é um antigo palácio do século XIX em bom estado de conservação. Possui coleção de vestimentas, tapetes, cerâmicas, instrumentos musicais, tapeçarias, jóias berberes e armas. Tem uma pia de ablução (rito de purificação) do século X, trazida da Espanha. A arquitetura marroquina da época está retratada no edifício e é bastante interessante. Infelizmente, também por problemas técnicos, não tenho fotos desse museu.
– Guéliz, que é uma das áreas mais conhecidas da parte nova da cidade, ou seja, fora da medina – a vila moderna. Ali há lojas de luxo, restaurantes internacionais, bancos e outros. Não tivemos tempo de perambular pelas ruas da cidade nova.
– Jardim de Majorelle – o nome do jardim é o sobrenome do pintor francês Jacques Majorelle, e foi construído com inspiração em uma obra de Le Corbusier. O pintor Jacques Majorelle morou e teve seu atelier na casa construída a seu mando em 1931, no mesmo local. Essa moradia foi pintada com uma cor criada por ele e chamada de “azul Majorelle”, um azul forte e ao mesmo tempo claro. Após sua morte, Yves Saint Laurent adquiriu a propriedade e depois da restauração passou a morar nela. Nos jardins tem um memorial para Yves Saint Laurente e Pierre Bergé. A vegetação e as cores são impressionantes. Um passeio obrigatório para os que visitam Marraquexe. Depois de muitos dias comendo comida caseira marroquina, nesse dia almoçamos no 16-Kawa, que serve comida francesa, marroquina, lanches e saladas. Está localizado em um prédio em frente ao jardim. Os pratos são bem executados e deliciosos. Lógico que o Silas pediu uma tajine – não podia ser diferente.
– Medina (cidade histórica) de Marraquexe. É bem grande e, como já disse, tem o maior Suq (mercado tradicional) berbere, sendo o artesanato o principal produto com a produção destinada aos turistas. Lá vende-se e fabrica-se de tudo um pouco, de tapetes tradicionais berberes até venda de produtos eletrônicos. Por lá passeamos algumas vezes, uma vez com o guia local, e, nas outras vezes vagamos pelas ruas estreitas e traçado labiríntico, admirando os produtos e as pessoas locais no vai e vem de suas rotinas. Haja pechincha! Bom demais!
– Praça Jemaa el-Fna – segundo o guia, essa é praça mais movimentada e animada da África. Fica na parte histórica da cidade e foi renomeada pela Unesco com o nome Espaço Cultural da Praça Jemaa el-Fna. Nessa praça passam milhares de pessoas por dia, e acontecem vários espetáculos, a exemplo exemplo dos encantadores de serpentes, músicos, dançarinos, contadores de histórias. É possível apreciar boas comidas típicas. É uma efervescência maluca e interessante.
– Essaouira é uma cidade portuária e fortificada, e fica a mais ou menos 180 quilômetros de Marraquexe. Fizemos o percurso de carro com o motorista/guia que contratamos para toda a nossa estadia no Marrocos. Foi um passeio interessante. No caminho estão as cooperativas de mulheres que fazem o óleo de argan e as cooperativas que vendem tapetes. Paramos somente para ver os tapetes. Achamos interessante. Depois da tradicional pechincha os preços ficam aceitáveis. No caminho também vimos plantações de árvore de argan. Também nessa estrada está a famosa árvore de cabras, um verdadeiro “pega turista”. Em toda a plantação não se vê uma só cabra em cima das árvores, e em uma única árvore umas dez cabas estavam estáticas olhando para o tempo enquanto seus donos cobravam para tirar fotos.
Essaouira é bem pitoresca. Possui um centro histórico murado (medina) bem agradável para caminhar. O Atlântico banha os arredores da cidade, que possui uma praia considerada bastante utilizada pelos marroquinos. Perto da feira de peixes e do porto tem um forte com uma linda vista para o mar e para a cidade. Fomos de manhã e voltamos à tarde. Valeu a visita.
– Fizemos um passeio de balão com a empresa Ciel d’Afrique pelo céu marroquino e com vistas do campo dos arredores de Marraquexe. O passeio dura mais ou menos uma hora, sendo que no total leva-se umas cinco horas entre sair do hotel e retornar. Foi a primeira vez que viajamos (eu e o Silas) de balão. Como não temos padrão de comparação, achamos excelente. Após o passeio serviram um café berbere bem gostoso.
– As nossas refeições foram feitas de acordo com o horário e o lugar onde estávamos, à exceção de dois jantares com agendamento prévio. Um foi no restaurante Comptoir Darna, que oferece boa comida, ambiente luxuoso e música com danças típicas. Muito bom. Para o outro jantar fizemos a reserva ainda aqui no Brasil pelo site www.eatwith.com. Nesse caso fomos recebidos pela Edwina em sua casa, com um jantar marroquino de alta gastronomia e harmonizado com vinhos também marroquinos. Casa aconchegante, boa recepção e boa comida e bebida. Enfim estava tudo delicioso! Foi um jantar de despedida do Marrocos, pois no dia seguinte seguimos viagem nós (Eu e o Silas) para Portugal, e os demais foram para a Suíça.
– Almoçamos em um restaurante italiano que merece destaque, o I limoni, 40 Dyour Saboun، Marrakesh, Marrocos, dentro da medina. Os pratos são fartos e bem executados. As mesas ficam embaixo ou entre os pés de limoeiros, dando um charme ao ambiente.
Foram três dias inteiros, incluindo Essauoira, em Marraquexe.
Assim, terminamos nossa estadia no Marrocos. Aliás, o Marrocos é um país muito exótico, tranquilo e prático para viajar. Amamos!
Em Lisboa ficamos dois dias vagando pela cidade e admirando o cotidiano dos patrícios, comendo bem e fazendo compras. Numa noite fomos ao restaurante Feitoria para jantar e comemorar os nossos trinta e três anos de casados. Dessa forma, encerramos nossa viagem que foi maravilhosa pelo país lindo que é o Marrocos e pelas deliciosas companhias! Que venham outras semelhantes!
O roteiro completo desde a chegada em Casablanca até a saída de Marrakech compôs-se de 14 dias, assim distribuídos:
1° DIA – CHEGADA EM CASABLANCA
2° DIA – CASABLANCA – RABAT
3° DIA – RABAT
4° DIA – RABAT – CHEFCHAOUEN
5° DIA – CHEFCHAOUEN – MEKNES – FEZ
6° DIA – FEZ
7° DIA – FEZ – DESERTO DE MERZOUGA
8° DIA – MERZOUGA – ERG CHABBI
9° DIA – MERZOUGA – VALE DE DADES
10º DIA – VALE DE DADES – OUARZAZATE – MARRAKECH
11° DIA – MARRAKECH
12° DIA – MARRAKECH – ESSAOUIRA – MARRAKECH
13° DIA – MARRAKECH
14° DIA – MARRAKECH – AEROPORTO
ROTEIRO NO MAPS.
Viagem realizada no mês janeiro/2018.
1 Resposta para "Marrocos - Marraquexe"
Flor 10/07/2018 (12:55)
Muito legal. O roreiro parece incrível.