O início da viagem pelo Marrocos deu-se por Casablanca e Rabat, seguido por Chefchaouen, Meknes e Fez.
De Fes a Merzouga foi uma longa viagem – cerca de 520 km. Estávamos ansiosos para chegar no deserto do Saara.
No caminho passamos por Ifrane, conhecida como “Suíça Marroquina”. Foi fundada pelos franceses como estância alpina, tem aspecto europeu, lembrando uma aldeia dos Alpes. Na praça central fica a estátua do Leão de Atlas, do escultor francês Henri Jean Moreau. É a capital da província que tem o mesmo nome e faz parte da região de Meknés. Fomos surpreendidos com a paisagem cheia de neve e frio intenso. Foi lindo!. O motorista teve que seguir por estrada alternativa para fugir de bloqueios em virtude da neve. A paisagem que circundava a estrada estava linda. Na praça central fica a estátua do Leão de Atlas, do escultor francês Henri Jean Moreau.
Saindo de Ifrane em direção a Merzouga.
Em Merzouga ficamos no Hotel Dar Hassan – www.darhassan.com, charmoso, confortável e com bom atendimento. Jantamos no hotel uma refeição caseira muito bem feita acompanhada de vinho marroquino. Havia um atendente que nunca tirava o sorriso do rosto. Contagiados pelo seu riso sorríamos sem querer. Esse hotel foi sugerido pelo Moha – da empresa de turismo, e estava incluído no pacote contratado.
Merzouga é uma pequena aldeia Berbére, povos que vivem na região norte da África e no deserto do Saara. Falam a língua berbere de origem afro-asiática. A aldeia de Merzouga é conhecida por se situar junto ao Erg Chebbi, o maior conjunto de dunas do Marrocos, ponto de interesse turístico pelas várias atividades no ramo: excursões em camelos/dromedários, circuitos 4×4, bivouacs (acampamento rudimentar para passar a noite na natureza) e acampamentos nas dunas, banhos de areia terapêuticos e viagens em moto.
Nós fizemos passeio em 4×4 e com dromedários.
No passeio em carro 4×4 vimos a grande duna Erg Chabbi, um trecho do percurso utilizado pelo antigo rally Paris-Dakar, alguns oásis e visitamos um acampamento nômade. Estivemos também na pequena aldeia de Kamlia, onde a maioria da população é negra e da etnia Gnawa – um grupo étnico que habita o Marrocos e a Argélia no Magreb (uma região da África). Nessa aldeia tem umas 40 casas e mais ou menos 200 pessoas. Assistimos a uma apresentação musical típica dos Gnawas, e gostamos muito.
No final da tarde saímos de Merzouga montados em dromedários com o objetivo de ver o pôr do sol nas dunas e chegar ao acampamento onde dormiríamos. A viagem durou mais ou menos uma hora e meia e foi espetacular. Não tem preço ver as cores das dunas quando o sol vai se pondo. A paisagem fixa-se no cérebro e sempre que nos lembramos vem a imagem do dourado, do silêncio, da maciez e da magia das imensas dunas. Lindo demais!
Esse passeio pode ser feito de várias maneiras, de carro traçado, de moto … fica a gosto do freguês.
O acampamento nas dunas foi peculiar. Ficamos hospedados no Caravanserai Luxury Desertcamp onde vivemos uma experiência bem singular. O acampamento fica num vão entre algumas dunas e, ao chegarmos, fomos recebidos com o já familiar chá de hortelã com chá verde, uma boa pedida para depois de uma caminhada de uma hora e meia de dromedário pelas dunas. O sol continuou o seu show por mais alguns minutos, o que fez com que ficássemos alguns momentos curtindo um vinho marroquino até que ele se fosse totalmente. O acampamento oferece café da manhã, jantar e, logo após o jantar, cantoria de música Gnawa em volta da fogueira que fica entre as cabanas. O difícil foi segurar o frio que faz no deserto à noite.
No dia seguinte rumamos em direção ao Vale de Dades.
Houve quem acordasse antes do amanhecer para assistir ao nascer do sol por trás das dunas. O frio nos inibiu de levantar mais cedo. Após o café da manhã, retornamos de carro 4×4 para Merzouga e de lá saímos em direção ao Vale de Dades. No caminho conhecemos a peculiar feira dos produtores em Rissani, plantações de tâmaras e as Gargantas de Todra.
Na feira de Rissani nos sentimos como se estivéssemos voltado no tempo. Muito parecido com o que lemos na bíblia e com o que vemos nos filmes que simulam a Judéia no tempo de Cristo. Em outros momentos nos sentíamos como figurantes da série Game of Thrones. Tudo muito rústico e tradicional. Vimos um interessante estacionamento para burros, com muitos burros – perto de mil. Esse é o principal meio de transporte dos produtores. As pessoas se vestem com a gelaba, roupa típica que dá aparência rústica e singular ao lugar. Passeamos pela feira vendo os ferreiros, os cuteleiros, os oleiros, etc… fazendo seus produtos de forma artesanal e muito rústica. Assistimos os produtores e compradores negociando cabras. Vimos as diversas formas de se consumir tâmaras, o principal produto da região. As tâmaras, além do consumo humano, são usadas para alimentar os animais. Lógico que compramos um pouco de tâmaras, café e geleia de tâmara.
Dali fomos para a cidade de Boumalne-Dadés. Antes de nos hospedarmos seguimos pelo vale de Dades até às Gargantas de Todra. No caminho passamos por vários casbás, aldeias fortificadas construídas há seculos pelos povos Berberes. O Vale tem paisagem árida e de cor avermelhada e os casbás são da mesma cor, contrastando com o verde das palmeiras e tamareiras que ficam às margens do rio Dades. As Gargantas de Todra impressionam pela altura e tamanho de suas paredes avermelhadas. São penhascos de até 300m de altura em um pequeno percurso. Entre as paredes corre o rio e passa uma estrada charmosa. É um lugar bastante visitado por turistas.
Após o almoço e a caminhada pelas gargantas, continuamos até a cidade de Dades. Jantar e hospedagem em Dades no Hotel Xaluca Dades. O hotel é todo decorado com materiais de diferentes países da Africa e tem vista para a cidade e o Vale de Dades.
No dia seguinte quando acordamos a cidade e o vale estavam cobertos de neve, muita neve. Segundo o guia e pessoas da cidade, havia vinte anos que não nevava daquela forma. Ficamos ilhados na cidade até quase ao meio dia, quando conseguimos seguir em direção a Marrakech.
Em razão da neve não pudemos conhecer o vale das rosas, Skoura (comuna rural) e o Kasban de Taourirt. Nesse dia almoçamos em Ouarzazate. Já era muito tarde e o restaurante não merece destaque. Visitamos o estúdio de cinema Atlas Film Studio que é bem mediano. Não gostamos. Seguimos para Marraqueche passando pelo alto Altlas coberto de neve. Foi uma viagem interessante, mas muito tensa em razão de ter sido noite, pela quantidade de neve que caia, pela altitude e por ser uma estrada bastante sinuosa. Chegamos a Marraqueche sem nenhuma intercorrência.
O roteiro completo desde a chegada em Casablanca até a saída de Marrakech compôs-se de 14 dias, assim distribuídos:
1° DIA – CHEGADA EM CASABLANCA
2° DIA – CASABLANCA – RABAT
3° DIA – RABAT
4° DIA – RABAT – CHEFCHAOUEN
5° DIA – CHEFCHAOUEN – MEKNES – FEZ
6° DIA – FEZ
7° DIA – FEZ – DESERTO DE MERZOUGA
8° DIA – MERZOUGA – ERG CHABBI
9° DIA – MERZOUGA – VALE DE DADES
10º DIA – VALE DE DADES – OUARZAZATE – MARRAKECH
11° DIA – MARRAKECH
12° DIA – MARRAKECH – ESSAOUIRA – MARRAKECH
13° DIA – MARRAKECH
14° DIA – MARRAKECH – AEROPORTO
ROTEIRO NO MAPS.
Viagem realizada no mês janeiro/2018.
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