Marrocos e Gibraltar

Na nossa viagem à Espanha e Portugal (*) em outubro e novembro de 2012, aproveitamos para conhecer Tetuán e Tânger, no Marrocos, e Gibraltar.

Visitamos essas duas cidades do Marrocos por dois motivos. O primeiro foi a indicação dos nossos amigos Edmar e Sonja. O segundo motivo é a proximidade do Sul da Espanha, a partir das cidades de Algeciras e Tarifa, com o norte da África. Pelo Estreito de Gibraltar  são apenas 14 km entre os dois continentes. De um lado se enxerga facilmente o outro.

Utilizamos a cidade de Algeciras como ponto de apoio. Hospedamo-nos no dia

31/10/2012 no AC Hotel Algeciras by Marriott, Carretera del Rinconcillo Esq Hermanos Portilla, 11204, Telefone +34956635060.

Contratamos o passeIo de um dia ao Marrocos na recepção do hotel, que é credenciado para venda de pacotes da FlandriaBus.

(http://www.flandriabus.com/includes/idiomas/mostrar_viajes_idiomas.php?id_viaje=12&id_idioma=6). O preço foi de 59 Euros por pessoa, incluindo as travessias, passeio em ônibus de turismo, guia e almoço típico.

No dia 01/11/2012, quinta-feira, apresentado-nos na Estação Marítima de Algeciras às 9:15h. Às 10 h estávamos fazendo a travessia para a África no ferry da empresa Baleária. Durou cerca de uma hora. O ferry boat era bem espaçoso – tinha lanchonete e até Duty Free.

Desembarcamos em Ceuta, que está na África mas ainda é uma cidade espanhola, com cerca de 80 mil habitantes.

Lá nos esperava o guia Abdullah, que é Marroquino, mora em Tetuan e fala espanhol e inglês.

Estávamos em um grupo de cerca de 20 pessoas, entre brasileiros (nós), venezuelanos (um casal), finlandeses, ingleses e oito espanhóis de uma mesma família.

Entramos no ônibus e em pouco tempo estávamos na travessia da fronteira com o Marrocos. Como a viagem seria de apenas um dia, nossos passaportes ficaram retidos – foram devolvidos ao final da tarde.

De Ceuta a Tetuán são aproximadamente 42 km por uma estrada que passa por um trecho da costa Noroeste do Marrocos, banhada pelo Mar Mediterrâneo. Havia complexos de prédios de apartamentos de veraneio, hotéis e até campos de golfe.

Tetuán é uma cidade de cerca de 400 mil habitantes, dos quais 25 mil vivem em sua Medina (parte central histórica e murada).

Nossa visita centralizou-se nessa Medina, que é muito característica e tradicional – a mais preservada do Marrocos. As casas são quase todas brancas e baixas. Em toda a Medina existem artesãos, como tecelões, joalheiros, peleiros, etc. As ruelas são estreitas e formam um verdadeiro labirinto, no qual é facílimo de se perder sem um guia local.

Achamos o lugar bem pobre e sujo, e pior ainda porque estava chovendo. A Medina tem vida própria. As pessoas vivem, praticam religião,  comerciam, produzem artesanato, fabricam doces e pães, enfim, fazem tudo naquele mundo à parte. Todavia, podem entrar e sair por seus portões livremente, relacionando-se com as pessoas de fora.

É um mundo também cheio de contrastes. Ao mesmo em que há muita pobreza, com pessoas vendendo de tudo em suas vielas, há também locais luxuosos (que eles chamam de Galerias de Arte) onde se vendem os famosos tapetes marroquinos, de todos os tipos, cores e tamanhos. Também há lojas de jóias, e no centro da Medina está localizado um dos Palácios Reais do Marrocos.

Após visitar uma das “galerias de arte”, almoçamos em um local típico, onde saboreamos cuscuz ao som de um show de música marroquina.

A viagem de Tetuán a Tânger – 58 km, durou cerca de uma hora.

Tânger, com cerca de 700 mil habitantes, é o segundo centro industrial mais importante do Marrocos, depois de Casablanca, com indústrias têxtil, química, metalúrgica e naval. Atualmente a cidade possui dois parques industriais, que têm o estatuto de zona franca.

A economia de Tânger se baseia fortemente no turismo. O número de resorts à beira-mar vem aumentando, com projetos patrocinados por investimento estrangeiro. Companhias dos setores imobiliário e de construção civil vêm investindo cada vez mais na infraestrutura turística.

À semelhança do que havíamos feito em Tetuán, nossa visita em Tânger ocorreu na cidade velha – Medina, que não é murada.  O comércio artesanal ali se especializou principalmente em produtos de couro, manufaturas de madeira e prata, roupas tradicionais e calçados.

Quando estávamos no ônibus indo para a Medina foi possível perceber que Tânger é uma cidade desenvolvida, com largas avenidas, hotéis e restaurantes de luxo e muitas indústrias. Para quem contrata o passeio de dois dias, é possível no segundo dia conhecer a parte moderna da cidade.

Às 19:30h estávamos atravessando novamente o Mediterrâneo de volta para Algeciras. Voltamos para Ceuta por uma nova autoestrada, e passamos por um porto grandioso, novo, e com partes ainda em construção.

A visita a essas duas cidades do Marrocos nos marcou, por ser diferente de tudo o que havíamos vivido em nossas férias.

Trata-se de um país onde 98% da população é muçulmana, cuja independência foi reconquistada em 1956, e com muitos contrastes. Chama a atenção a quantidade de sujeira em todos os lugares, inclusive nas vias públicas, e o olhar triste das pessoas.

É um povo com forte tradição comercial e com uma cultura da negociação muito marcante. Ali, para se comprar qualquer coisa deve-se pechinchar. É a tradição do povo berber. Compramos um tapete por 200 Euros no qual eles haviam pedido 600 Euros. E olha que poderia ter saído por menos. Faltou paciência…

Em outro momento fomos comprar alguns itens em uma loja de artesanato. Quisemos saber o preço individual de um dos artigos. O vendedor disse: não se preocupem, vejam tudo o que querem e negociamos “em bloco”. Eles realmente são excelentes comerciantes.

No dia 2/11/2012 aproveitamos a parte da manhã para conhecer Gibraltar.

Gibraltar é um território britânico ultramarino localizado no extremo sul da Península Ibérica, com uma superfície de 6.5 km², limitada a norte por uma estreita fronteira terrestre com Espanha e, dos outros lados, pelo Mar Mediterrâneo, Estreito de Gibraltar e Baía de Algeciras, com 12 km de linha de costa.

Popularmente, Gibraltar é chamada de “Gib” ou “The Rock” (o Rochedo).

Uma força anglo-neerlandesa liderada apoderou-se de Gibraltar em 1704. O território foi cedido à Grã-Bretanha pela Espanha no Tratado de Utrecht em 1713, como parte do pagamento da Guerra da Sucessão Espanhola.

A Espanha mantém a reivindicação sobre o Rochedo, o que é totalmente rejeitado pela população gibraltina.

Deixamos o carro estacionado do lado espanhol (cidade de La Linea de la Concepción) e atravessamos a pé a fronteira para Gibraltar. Como havia muito movimento, demoraria muito para entrar e sair de carro. Seguimos de táxi até o centro da cidade.

É bem engraçado: você está verdadeiramente em um pedacinho da Inglaterra. É tudo muito organizado. As ruas têm os mesmos nomes das suas similares inglesas. A moeda é a libra. Há filiais de lojas britânicas, a exemplo da “Mark & Spencer” –  é claro que fizemos compras.

Saímos de Gibraltar por volta do meio dia do dia 2/11/2012, e seguimos para Antequera.

(*) Veja os demais posts da viagem:

Madrid – Espanha

Vale do Douro, Minho e Porto – Portugal

Lisboa, Sintra, Cascais e Óbidos – Portugal

Ilha da Madeira – Portugal

Alentejo e Algarve – Portugal

Marrocos e Gibraltar