Cuba – Havana – Varadero e Santa Maria

Há muito tempo queria conhecer Cuba. No ano passado tive a oportunidade de ficar em Havana e arredores por uma semana. Curti tudo o que foi possível. Pensem num pais singular, pitoresco, curioso, interessante, medonho, lindo e etc

Ao desembarcar vi que seria um passeio diferente de todos os que já tinha feito até então. Como era noite, fomos direto para o hotel. 

Logo de manhã fiquei surpresa com o padrão do hotel, ótimo café da manhã e bom atendimento. De cara percebi que não tinha cubano como hóspede, somente como funcionário, e essa percepção se repetiu nos restaurantes,  boates,   bares e nos pontos turísticos. 

Apesar de estar sozinha, fiz questão de explorar, durante o dia, o máximo possível de Havana e de uma parte do interior (Varadero, Matanzas e Santa Maria). A noite, na companhia do Silas, conheci os restaurantes bares.

Comemos em bons restaurantes particulares (não pertencente ao governo) chamados paladares. O nome foi inspirado numa novela brasileira chamada Vale Tudo. Fomos também a restaurantes do governo. Nessas ocasiões procuramos comer a comida típica cubana. Os personagens principais da comida Cubana são o feijão com arroz (cozidos juntos), a fritura e a carne de porco. Os doces são muito doces. No geral, a comida é bem simples.  As carnes mais utilizadas são de porco e frango. 

Provei os seguintes pratos típicos:

  1. Moros y Cristianos: arroz e feijão preto cozidos junto com carne de porco.
  2. Congrís: arroz e feijão vermelho cozidos juntos. Parecido com o nosso baião-de-dois.
  3. Picadillo a la habanera: carne bovina ou de porco temperada com tomates, pimentão, azeitonas e uvas-passas. Acompanhado de banana frita, arroz e ovos.
  4. Ajiaco: prato consumido em toda a Cuba. Trata-se de um cozido de vegetais,  mandioca, nabos, cenoura, ervas, alho, cebola, pimentão verde. Às vezes colocam carne de cervo.
  5. Chicharrones de puerco: torresmo.
  6. Plátanos: bananas cortadas bem finas e  fritas.

A música está em toda parte. Todo os lugares tem música de boa qualidade, até na praia os “trovadores” tocam  e cantam bem.

Como diz o pessoal de lá: o rum é remédio para todos os males,  de dor de corno a dor de dente. A bebida é elaborada do extrato da cana de açúcar. O processo de envelhecimento é natural e feito em tonéis de carvalho branco em ambiente com umidade e acidez controlados. O mais famoso internacionalmente é o Havana Club. Existem vários tipos: Silver Dry, Anejo  de 3 a 7 años e Añejo Reserva. São tomados puro, com gelo ou em drinks. Eu trouxe alguns que já eram.

Além do rum  as cervejas mais famosas são Bucanero e Cristal. Tem ainda os drinks: 

Daiquiri que é feito com açúcar, suco de limão, gotas de marrasquino, rum branco, gelo picado, e é servido em copo de champanhe; Mojito é um drink feito de rum branco e seco, suco de limão, açúcar, gelo picado, soda e hortelã; e o Cuba Libre, que é feito com rum branco, cubos de gelo, refresco de cola, gotas de limão; e Outros.

O humor do cubano surpreende.  Saindo do museu Nacional chamei por um táxi . Quando esse se aproximou, quase mudei de ideia. Era um landau preto, com banco de couro branco todo puído  e dirigido por  um senhor com mais ou menos uns 2 metros de altura e pesado, mal cabia no carro. Achei interessante viver a experiência. Depois de acomodada olhei para trás e vi o dedão da foto abaixo. Recuperada do susto, simplesmente ri. No trajeto o motorista, que era formado em química, com mestrado e outros cursos que não me lembro, falou sobre o charuto e o rum cubano e a  história  de Cuba.

Os carros são antigos e bem conservados. Um senhor disse que em Cuba estão os melhores mecânicos do mundo.  Adorei o trânsito de Havana. Não tem engarrafamento. Não tem carros.

Com algumas raras exceções, o governo é dono de tudo o que vemos. Esse  da foto acima é uma loja de bebidas cubanas, detalhe: a funcionária estava dormindo, entramos e saímos sem que ela notasse. Fica na Cidade Vieja, que é a parte turística da cidade, onde os ambientes são mais apresentáveis. Nos bairros mais afastados e nas cidades pequenas, as lojas e supermercados dão pena por causa das prateleiras vazias. Entrei em alguns para conhecer e fiquei chocada com a carência de produtos básicos. Não vi sabonetes, creme dental, escova de dentes e nem arroz para vender. Segundo as pessoas que conversei,  existem lugares específicos e frequentados só por cubanos onde ficam os produtos de primeira necessidade fornecidos pelo governo. Cada família recebe cupons mensais para manutenção. Entrei num ambiente destes onde fazem entrega de roupas sem saber o que era,  e diante do espanto das mulheres que lá estavam, virei no pé…

Tudo o que ouvimos ou lemos sobre o mar do Caribe é pouco para descrever sua beleza. A parte que toca a Cuba que conheci (Varadero e Santa Maria) achei lindíssima.  Apesar de ser um país subdesenvolvido, a infra-estrutura hoteleira para turista não deixa  a desejar. Tem hospedagem para todos os gostos e bolsos.

No percurso descobri que tanto os carros particulares como os do governo são obrigados a dar carona. As  pessoas ficam paradas à espera. Se recusarem a dar carona, são penalizados. O meio ambiente agradece rsrsrsrsss.

O artesanato é colorido, lindo e de excelente qualidade. Por indicação de duas brasileiras que moram lá e que  são conhecedoras da arte e dos  artistas cubanos comprei telas lindas. Não resisti à tentação. 

Por fim, essa viagem  surpreendeu-me positivamente e se Deus quiser farei novamente. Recomendo. 

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AMOR GASTRONÔMICO: RANGO OU CHIQUE. Cozinhar para mim é sinônimo de prazer. Sempre que posso estou na cozinha. Por isso, decidi criar este blog, e a partir de agora terei a oportunidade de compartilhar com vocês minhas experiências – positivas ou não – na arte da gastronomia. E também disponibilizar relatos de viagens e receitas testadas e aprovadas. Sejam bem vindos, Ivone Santiago.

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