Petra é uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo Moderno e Patrimônio Mundial da UNESCO. É um sítio arqueológico que foi a capital do reino Nabateu. Os nabateus eram pastores nômades que viviam na região por volta do século IV a.C. Petra foi esculpida nas pedras em 312 a.C. e era um eixo importante para as rotas comerciais da época. Suas ruínas foram redescobertas por um explorador suíço em 1812.
A entrada da antiga cidade dá-se por um interessante desfiladeiro estreito entre um paredão de pedras em tons rosas com até 180 metros de altura, chamado Al Siq, e 1200 metros de extensão até o Templo do Tesouro, que fica no centro da cidade. Nessa caminhada veem-se diversos templos e o aqueduto esculpido nas pedras. Para mim, essa caminhada pelo Al Siq foi inebriante. O caminho é sinuoso e temos uma surpresa a cada curva. Não sabemos se olhamos para o alto, à frente ou para as paredes para admirar a arquitetura nabateia, a natureza ou as ruínas. Além da beleza natural do lugar, tem a história pulsando a cada passo ou olhar.
Ao final do Al Siq está o impactante Templo do Tesouro (Al Khazne), a construção mais famosa de Petra. Não se sabe qual foi exatamente a finalidade desse templo. Ele tem uma beleza peculiar em razão da perfeição do trabalho em estilo grego esculpido no paredão de pedra, da localização privilegiada, do inusitado e dos tons rosas. É o ponto alto do passeio.
O Templo do Tesouro foi utilizado como cenário no filme Indiana Jones e a Última Cruzada.
Depois do Templo do Tesouro, caminhamos por um bom tempo admirando os vários templos, as tumbas, as lojinhas de produtos típicos, as grutas e o anfiteatro que foram surgindo pelo caminho até chegarmos no El Deir (o Mosteiro). O acesso é por uma longa escada com 800 degraus de pedras e cascalhos. Foram mais ou menos quarenta minutos de caminhada. Antes da subida, por volta das 15:00 horas, almoçamos no The Basin Restaurant, que fica bem próximo. Como estávamos cansados, com sede e fome, foi um almoço delicioso. Eles servem os pratos típicos em um buffet com um preço fixo por pessoa.
O Mosteiro é um edifício esculpido em pedra à semelhança do Templo do Tesouro. Foi construído por volta do século I d.C. Dizem que foi tumba do rei Nabateu Obodas I e posteriormente usado para cerimônias sagradas. Por problemas no joelho não arrisquei subir os 800 degraus irregulares de pedra. No entanto, ouvi com muita atenção os amigos que subiram falarem sobre a beleza do mosteiro e a linda vista de Petra que se tem lá de cima.
Outro ponto que vale a pena ver é o Teatro. Foi construído no estilo romano, com capacidade para sete mil espectadores, também esculpido na pedra. Os assentos e algumas colunas estão em bom estado. Ele fica a poucos metros antes de chegar ao mosteiro.
No dia em que estávamos lá, o horário de fechamento era às 17:00 horas. A volta teve que ser rápida e sem paradas. Foi bem cansativo. Há três opções para fazer o percurso pelo sítio: a pé, a cavalo ou de charrete. Escolhemos fazer a pé.
A área total de Petra permitida à visitação é bem grande. Compramos o ingresso para um dia (US 70) e entendemos que foi suficiente. Conseguimos visitar todos os pontos importantes. Há bilhetes para um, dois ou três dias, com preço melhorando de acordo com a quantidade de dias.
Chegamos a Wadi Musa, povoado onde está Petra, por volta das 18:00 horas, vindo de Madaba. O caminho de 215 km de Madaba até Petra é considerado um dos mais antigos do mundo. Foi por essa rota que o profeta Moisés e o povo hebreu passou em busca da Terra Prometida. Lembrando que a peregrinação de Moisés pelo deserto para libertar o povo hebreu da escravidão durou quarenta anos (livro de Êxodo). O nome do povoado, Wadi Musa, significa Vale de Moisés. Foi em Wadi Musa que Moisés feriu a rocha para obter água para o povo e aos animais (Números 20:10-11). É um dos poucos lugares da Jordânia onde não falta água. Percebemos a mudança da paisagem poucos quilômetros antes de chegar ao povoado, o deserto ficou para trás e começaram a surgir algumas poucas plantações.
Ficamos hospedados no hotel Movenpick Resort Petra que fica a alguns metros da entrada principal do sítio arqueológico de Petra. Gostamos do hotel e principalmente da localização. Está próximo de restaurantes e lojinhas. Nesse dia jantamos num restaurante típico bem interessante chamado My Mom’s Recipe Restaurant, com boa comida e bom atendimento.
Nossa estadia em Petra foi de duas noites e um dia.
Conhecer Petra foi um sonho realizado. Por mais que tenha lido ou visto imagens/filmes sobre Petra, não imaginava a grandiosidade de sua história e beleza.
Deixamos o hotel logo de amanhã em direção a Jerusalém, Israel. O percurso de Wadi Musa até Jerusalém é de 450 km. Na parte da manhã conhecemos o deserto de Wadi Rum e seguimos para a divisa da Jordânia com Israel pela alfândega de Eliat. Da divisa até Jerusalém foram 310 km.
Wadi Rum é o maior deserto da Jordânia e bem diferente de qualquer outro. A Jordânia tem a maior parte do seu território formado por desertos, mas o Wadi Rum é diferenciado por ser um vale de areia e montanhas nas cores em tons avermelhados ou alaranjados que dão um charme ao local. O cenário é impactante pela amplitude, solidão, cores, e pelas pedras esculpidas pelo vento. Sombra? Somente quando há nuvens. As principais atrações rochosas são as pontes de pedra, formações geológicas de milhões de anos (Rock Bridge, Burdah Rock Bridge e Little Bridge).
Os povos que vivem nesse deserto são os beduínos, e na rota turística podemos encontrá-los oferecendo passeio com camelos. Também atendem os acampamentos para os que querem passar a noite no deserto.
Nesse deserto foram gravados os filmes Lawrence da Arábia, que deu fama ao deserto, e Perdido em Marte.
Conhecer o Wadi Rum pode ser de duas formas, carro 4×4 ou camelos. Nós fizemos a travessia com carro 4×4 por uma rota invisível em meio à areia colorida e às pedras esculpidas pelo vento. Só quem é de lá para saber para onde se está indo. Como em toda a nossa viagem, aqui também fomos assessorados pela Egypt World Tours, do Egito.
O Wadi Rum fica ao sul da Jordânia, próximo à fronteira com a Arábia Saudita (10 km) e a 70 km de Aqaba, que fica próxima à fronteira com Israel – para onde seguimos depois de conhecer o Wadi Rum. Petra, de onde saímos, fica a 112 km.
Estivemos na Jordânia em janeiro de 2020. Foram seis dias de êxtase. Conto como foram os outros dias nos seguintes posts:
Castelos do Deserto, Mar Morto e Monte Nebo-Jordânia
Amã, Jerash e Ajloun – Jordânia
Antes de chegarmos na Jordânia fizemos um passeio maravilhoso pelo Egito.
Cruzeiro no Rio Nilo (Luxor, Edfu e Aswan)
Nosso próximo destino foi Israel.
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