Chegamos em Kusadasi vindo da Capadócia com voo de Navsehir para Esmirna, com conexão em Istambul. Chegando em Esmirna pegamos um transfer para Kusadasi a cargo do Hotel Vila Konak. O hotel era bem simples. Não obstante o preço ser baixo, as fotos do site são muitos melhores que a realidade.
À noite fizemos nosso primeiro passeio pelo centro histórico de Kusadasi, onde há uma multidão de lojinhas que vendem de tudo um pouco, inclusive cópia de produtos de marcas famosas. Ali também fica o Karavan Sarai, antigo local de pouso e comércio para as caravanas de mercadores.
A cidade de Kusadasi é bem agitada à noite, tanto no centro antigo como na orla.
No outro dia, fomos a Pamukkale e Laodiceia – de Kusadasi a Pamukkale são três horas de viagem, com uma parada para café. Antes de chegarmos a Pamukkale conhecemos a ruínas da cidade de Laodiceia. Destacam-se as ruínas de uma igreja cristã que tem forma basílica. Chamou nossa atenção o tanque de batismo por imersão, no qual os batizados saíam dele na direção do sol, e a água se movimentava de forma a similar um rio. É uma das igrejas citadas por João no livro de Apocalipse “3-14 a 22”. Laodiceia foi uma das primeiras sedes do cristianismo e uma importante cidade da Ásia Menor. As pesquisas arqueológicas confirmaram que Laodiceia já existia por volta do século IV a.C.
Nesse dia o local do almoço foi indicação do guia – que arrependimento. O nome do restaurante era Tugba Restoran. Péssimo!
Finalmente chegamos às fantásticas ruínas de Hierápolis (residência de Filipe, o Evangelista), e a Pamukkale, os famosos Castelos de Algodão. São águas com alto teor de cálcio, que correm sobre a montanha e a deixam branca. Atualmente existe controle do fluxo da água, para evitar a formação de algas e o carregamento do cálcio. As águas formam piscinas naturais muito lindas. É um espetáculo para os olhos ver a brancura do cálcio que cobre parte da montanha.
Hierápolis mantém alguns monumentos históricos dos séculos II e III, a exemplo do teatro para 15.000 pessoas e dos prédios do banho romano. No seu museu há peças incríveis, tais como as estátuas de Attis e Isis, bem como sarcófagos, todos retirados dali mesmo. A cidade também está citada na bíblia no livro Aos Colossenses, 4-13.
No outro dia seguimos para conhecer as ruínas de Éfeso – também uma das sete igrejas citadas no livro de Apocalipse 1:11. Éfeso está citado em outros livros, tais como em Atos dos Apóstolos 19:35, e em Apocalipse 2:1.
As ruínas são impressionantes. Em seu auge a cidade teve 250 mil habitantes. Destaca-se principalmente o teatro para 25 mil pessoas, no qual o apóstolo Paulo pregou o evangelho, e a Biblioteca de Celso. Éfeso é uma cidade importante para os cristãos, sendo objeto de uma epístola do apóstolo Paulo, uma das cartas do apocalipse e destino de várias viagens missionárias. Foi a cidade onde também viveu João. Vindo da Judeia, liderou a igreja cristã na chamada Ásia Menor, foi preso pelo Império Romano e degredado para Patmos, onde recebeu a revelação e escreveu o Livro do Apocalipse.
Logo depois fomos conhecer a casa onde, segundo contam os habitantes da região, Maria, a mãe de Jesus, teria passado seus últimos seis anos de vida. Na verdade a casa não mais existe. Em cima de onde ela estaria foi construído um santuário. O santuário é do Século IV, mas a casa que está embaixo é do Século I.
Por final conhecemos as ruínas do Templo de Artemísia, onde a única parte remanescente dos terremotos foi uma das colunas.
À noite fomos caminhar pelas ruas de Kusadasi e lanchamos na Mado, uma rede de sorveteria e café que está em toda a Turquia. Os sorvetes com leite de cabra, chás, cafés e sobremesas são deliciosos. Mas também servem sopas, saladas e pratos rápidos.
No dia seguinte nosso objetivo foi chegar em Çanakkale e, no caminho, passamos pelas cidades de Esmirna, Sardes, Filadélfia, Tiatira e Pérgamo – também citadas por João no livro de Apocalipse como sendo cinco das setes igrejas. Essas cidades estão no livro de Apocalipse em: 2:8 – Esmirna; 2:12 – Pérgamo; 2:18 – Tiatira; 3:1- Sardes e 3:7 – Filadélfia.
Fizemos o percurso de carro alugado na Budget do aeroporto de Esmirna com posterior devolução em Istambul. Visitamos primeiro as ruínas da Ágora de Esmirna, local da antiga cidade.
Em seguida fomos a Sardes, onde visitamos as ruínas de uma igreja cristã do século IV, ao lado de um templo de Artemísia.
O terceiro destino do dia foi Filadélfia (atual Alaşehir) onde localizamos as ruínas de uma igreja cristã dos primeiros séculos. Alasehir é uma cidade bem típica do interior da Turquia. Foi onde almoçamos e passeamos pela cidade em baixo de uma chuva que caia abundantemente. Éramos os únicos turistas da cidade. Ficamos sem internet e por consequência sem GPS até para localizar onde tínhamos deixado o carro. Isso não foi problema, as pessoas nos ajudaram oferecendo rede Wifi e mais. Nos sentimos bem acolhidos.
A quarta visita do dia foi à cidade de Tiatira (Akhisar), onde localizamos as ruínas da cidade antiga. Aqui também tivemos boa acolhida pelos turcos. Por orientação de moradores, deixamos o carro num estacionamento no centro da cidade e um dos meninos nos acompanhou até as ruínas. Cidade interiorana e bem tradicional. Sem turistas.
Finalmente fomos a Pérgamo (atual Bergama) onde também localizamos as ruínas de uma igreja cristã dos primeiros séculos, e fomos também à Acrópole, apesar de não a termos explorado em virtude do horário a mesma estar fechada para visita.
Foi uma experiência incrível poder ver de perto onde os cristãos do passado estiveram fazendo suas pregações, vivendo as guerras e todas as demais dificuldades da época, tais como transporte, alimentação, clima, estradas ruins, vestimentas pesadas e outros.
2 Respostas para "As Sete Igrejas do Apocalipse, Hierápolis, Kusadasi e Pamukkale - Turquia"
Anônimo 16/11/2019 (23:45)
Obrigada! Beijos.
Maria Floriscena B Oliveira 16/11/2019 (17:25)
Maravilhoso, Ivone. Historias e fotos lindas.