Bastaram poucos dias em Lima-Peru para nos apaixonarmos pelo país. As pessoas são simpáticas, gentis e bastantes espiritualizadas.
Em Lima, na maioria das vezes utilizamos como meio de transporte o taxi público, como dizem os particulares, aqueles que ficam nos hotéis e restaurantes e cobram mais pelo serviço (os carros e o serviço são melhores). Passeamos tranquilamente pelos pontos turísticos. Por comodidade, visto que o Silas estava trabalhando num local que fica no centro histórico, ficamos hospedados no hotel Sheraton. Se for uma viagem só a passeio recomendo ficar hospedado no bairro Miraflores, onde tudo acontece. A partir do hotel Sheraton é possível ir andando para a Plaza San Martin e a Plaza Mayor ou Plaza de Armas, pela rua Jr. De La Unión. O caminho é todo em calçada exclusiva para pedestres. Foi muito agradável fazer esse passeio pela manhã, a cidade estava acordando, os bares abrindo as portas e o cheiro do café invadindo a rua. Ao avistar a Basílica de Nuestra Señora de la Merced, foi possível ver as pessoas rezando antes de iniciar o dia e os raios de sol entrando pelas vidraças. Quase todo o percurso aconteceu na sombra. Na volta, com o sol já alto, a solução foi pegar um táxi.
No centro histórico visitei:
-Plaza de Armas, onde ficam o Palácio do Governo, Palácio Municipal, Palácio Arzobispal de Lima e a Catedral de Lima.
-Plaza San Martin
-Museu San Francisco
-Catedral de San Francisco
A visita à Igreja e Monastério de San Francisco, do século 17, localizada na Plaza San Francisco, entre as Avenidas Lampa e Ancash, é imperdível. A igreja tem uma elegância simples e abriga muitas obras de artes sacras, azulejos sevilhanos e pinturas. O museu San Francisco, conjugado à igreja, é bastante interessante. No subsolo estão as catacumbas – covas – com ossadas de milhares de pessoas que viveram nos séculos anteriores (freis e moradores dos arredores). Apesar de dizerem que a visita às catacumbas é o ápice da visita, não dei conta de fazê-la. Tentei insistentemente convencer o meu cérebro de que não ficaria com claustrofobia, no entanto não adiantou. Não consegui entrar. A visita só é permitia se acompanhada de guia.
Como não podia deixar de ser, fiz passeios pelos mercados de Lima – Mercado de Surquilo e Mercado Central. Nos dois mercados fui bastante observada pelos locais. Não vi turistas passeando por lá, dai a razão de ser “a diferente”. Em ambos, para quem curte gastronomia ou quer conhecer os hábitos alimentares dos peruanos, a visita vale a pena. Provei muitas frutas típicas. No Mercado Central, a exposição de perus e frangos para venda impressiona. Colocam as aves limpas e inteiras penduradas em ganchos para fora das tendas.
As ruas próximas ao Mercado Central lembram um pouco a rua 25 de março em São Paulo. Várias lojas populares de ouro e prata.
No Parque de la Reserva, o Circuito Mágico das Águas é o maior complexo de fontes do mundo. É um bom lugar para passear no início da noite, logo depois de escurecer, de mãos dadas com a pessoa amada. Tem um clima bastante familiar. Um cheiro bom no ar e o delicioso barulho calmante das várias fontes que funcionam ao mesmo tempo. Algumas das fontes são deliciosas para crianças e adultos, que se divertem andando por labirintos formados pelas águas, correndo o “risco” de tomarem um banho – o que quase sempre acontece. O parque tem vestiários para que as pessoas troquem as roupas molhadas. As fontes dançam de acordo com o ritmo de músicas clássicas, algumas com imagens projetadas.
Vale se programar para fazer a visita e almoçar no restaurante Café del Museo, que fica no pátio do museu. Boa comida e um lugar agradabilíssimo.Visitar o Museo Arqueológico Rafael Larco Herrera é fazer uma verdadeira viagem ao Peru precolombiano. O museu é lindíssimo. Do lado de fora tem um jardim florido, bem cuidado e colorido. Possui um acervo que impressiona pela qualidade, quantidade de peças, forma de exposição e pela organização. Fiz a visita sem monitoramento e mesmo assim valeu a pena, pois as explicações são ótimas. Passeio super recomendado. As peças de prata da época imperial (1.300 d.c a 1.532 d.c) eram lindíssimas e tão valiosas como o ouro. Para os incas, a prata era associada com o mundo da noite, da lua, das estrelas e as mulheres. Já o ouro era associado ao sol, ao dia e aos homens.
Não tem como visitar o museu e sair sem entender as civilizações pré-incas e incas.
Fundado em 1925 por Rafael Larco, está localizado no Distrito de Pueblo Libre em um edifício colonial do século 18, que foi construído sobre uma pirâmide do século 7, na Av. Bolívar 1515.
Com relação aos shoppings, conheci dois: a) o Jockey Plaza, no distrito de Surco, grande e com lojas das melhores marcas internacionais e nacionais. Frequentado pelos abastados de Lima. –
http://www.jockeyplaza.com.pe/# ; b) o Larcomar, que fica no bairro de Miraflores, pequeno e charmoso, tem uma linda vista para o mar do Pacífico. Frequentado por moradores e turistas
http://www.larcomar.com/
Nos shoppings Jockey Plaza e Larcomar há lojas que vendem artesanatos de artesãos mais famosos e de excelente qualidade. As jóias de prata estão presentes em todos os lugares. As feiras de artesanatos que tive a oportunidade de visitar foram a do Mercado do Índio e a da Plaza Kennedy, que ficam no distrito de Miraflores. Ambas são boas para garimpar produtos por bons preços.
Vamos agora para o lado gastronômico, para falar dos restaurantes e dos pratos que experimentamos em Lima. Como é de conhecimento mundial, a comida peruana está na moda, no auge, e pude comprovar que é realmente muito boa. No planejamento da viagem efetuamos as reservas com antecedência para evitarmos aborrecimentos. Foi difícil fazer a escolha de quais restaurantes iríamos. Queríamos ir em muitos. No final acabamos reservando os abaixo relacionados.
– Central, do Chef Virgílio Martinez, que é um dos atuais representantes da nova geração de Chefs peruanos que promovem a cozinha do país. Utiliza ingredientes indígenas e de todas a regiões do Peru. Pedimos o menu degustação. Foi uma experiência muito boa. O atendimento é excelente. Como sou curiosa e gosto de saber o que não é reconhecido pelo meu paladar, tiveram a maior paciência nas explicações. Quando não conseguia visualizar os ingredientes que descreviam, traziam os ingredientes in natura para a mesa. Alguns pratos foram apresentados pelo Chef Virgílio, o que achei super legal, pois tive a oportunidade de conversar com ele e também de fazer tietagem (tirei foto). Ele foi super receptivo. Contou que é amigo do Chef brasileiro Alex Atalla e que gosta muito da gastronomia brasileira (http://centralrestaurante.com.pe/es/).
– Astrid & Gaston – a história diz que foi o Chef Gaston que colocou a gastronomia do Peru no mapa. Como não sabíamos que a opção para o Menu Degustação teria que ser feita no momento da reserva, restou a opção da escolha dos pratos pelo cardápio. Foi nesse restaurante que tive a coragem de provar o cuy (preá-da-índia), um prato típico do peru. Nossa mesa ficava na adega. Além do ambiente super agradável e da excelente cozinha, o atendimento também é ótimo. O Gaston possui vários restaurantes. Fomos nesse (que é de alta gastronomia), na cebicheria La Mar, que como o nome diz é especializado em cebiche e tem filial em São Paulo (http://www.lamarcebicheria.com/lima/) e no T’anta, que é especializado em pratos mais simples e regionais, lembrando um bistrô francês. Todos muito bons. Reservamos somente no Astrid & Gaston (http://www.astridygaston.cl/). Nos demais fomos na cara e coragem e por sorte deu certo.
– Huaca Pucllana, que fica localizado no sitio arqueológico de mesmo nome. Fizemos a reserva para a varanda, que tem vista para o sítio. O visual é lindo e muito interessante. O cardápio é bom. O destaque foi a sobremesa – suspiro limeño, que estava divino – (http://www.resthuacapucllana.com/).
– Rosa Náutica. Nesse pedimos o menu degustação e ficamos decepcionados. O cardápio prometia, mas não era bem executado. O que encanta no restaurante é sua localização privilegiada e o visual lindíssimo, em um pier sobre o Pacífico. O som das ondas e a lua refletindo no mar, traz paz e impressiona – http://www.larosanautica.com/
Os restaurantes Central, Astrid & Gaston, Huaca Pucllana, La Mar e o Rosa Náutica ficam no distrito de Miraflores, que como já disse, é o melhor local para se hospedar.
O T’anta tem filiais em vários lugares. Fui na filial que fica no shopping Jockey Plaza – não localizei o site.
Uma viagem de poucos dias que ficará na memória para sempre. Voltaremos ao Peru para conhecer os outros lugares. Nessa viagem, além de Lima, fomos a Cusco e Machu Picchu. Amei a comida peruana. Dos pratos típicos, além das muitas “papas e choclos” – batatas e milhos, comemos e gostamos de:
–cebiche – peixe com leite de tigre (limão, sal e pimenta amarela líquida), acompanhado de batata amarela e milho.
–suspiro a la limeña – creme de gemas (pudim), com calda feita com vinho do porto e merengue salpicado com canela.
–cuy – préa-da-índia
–pisco sour – drink composto de pisco (destilado de uva), açúcar, suco de limão, clara de ovos, angostura (um concentrado de ervas e raízes) e gelo picado.
-tamale – parece nossa pamonha, só que salgada. Comemos de milho roxo e branco.
–chupe de camarões – comemos no restaurante Café Café, no shopping Larcomar. Estava divino. É uma sopa com peixe, mandioca, ervilha, pedaços de espiga de milho, batata e coentro.
–chicha morada – um suco com milho roxo fervido em água com casca de abacaxi e pedaços de marmelo, com um pouco de cravo e canela. O melhor que tomamos foi no Café Café do shopping Larcomar.
-tacu-tacu – um bolo de arroz e feijão amassados, às vezes grelhado ou frito, coberto com um pedaço de carne ou frango. Comida caipira.
1 Resposta para "Lima - Peru"
Anônimo 03/08/2013 (22:25)
Humm… Que delicia de comida, deu agua na boca!
Ana – Londrina.