Logroño, Daroca de Rioja, Bilbao e San Sebastian – Espanha.

Deixando Barcelona, a segunda parte da nossa viagem à Europa na primavera de 2014 foi à parte espanhola do Pais Basco. O País Basco (em basco: Euskal Herria; lit.: “terra do euskara”) é o nome dado à região histórico-cultural em que residem os bascos, localizada no extremo norte da Espanha e no extremo sudoeste da França, cortada pela cadeia montanhosa dos Pirenéus e banhada pelo golfo da Biscaia. Compreende as comunidades autônomas do País Basco e Navarra, na Espanha, e o Iparralde, na França.

Na estrada entre Barcelona e Bilbao fizemos três “paradas técnicas”. A primeira em Logroño, capital da província e comunidade autônoma de La Rioja. Como muitas cidades espanholas, a parte mais interessante é o Centro Velho, que eles chamam de Casco Viejo. Há um mercado de verduras e carnes bem interessante, lojinhas, casas de temperos, distribuidoras de vinhos, restaurantes, bares, etc. Cidade muito charmosa.

A segunda parada foi para almoçar, no Restaurante Venta Molcalvillo, em Daroca de Rioja, uma pequena vila. Diria que “na roça”. Tem uma estrela no guia Michelin. Foi o primeiro restaurante que “selecionamos a dedo” para reservar desde o Brasil. A comida estava maravilhosa. Muitos agrados do Chef. Foi lá que fomos apresentados à água Magma de Cabreiroá. Dizem que essa água passou centenas de anos na escuridão total, protegida pelo maciço granito e é engarrafada em vasilha de alumínio de forma a proteger de qualquer interação com a luz até chegar à mão do consumidor, momento que tem o primeiro contato com a luz.

Escolhemos o Menu Tradición, que o Chef Ignacio Echapresto descreve como “Un recorrido por los platos que han marcado nuestras señas de identidady que forman parte de la historia de nuestra casa”. Lógico que após o almoço tietamos o simpático Chef, que disse ser amigo do Alex Atala e fã da comida Brasileira.

A terceira parada foi na Marques de Riscal, uma das Bodegas mais antigas e conceituadas da Rioja. Após comprar alguns vinhos seguimos para Bilbao.

Hospedamo-nos no Hotel Ibis Bilbao Centro. A rede Ibis, pertencente ao grupo hoteleiro Accor nunca te surpreende (nem para pior nem para melhor). Tem uma excelente relação custo-benefício. Melhor seria se as toalhas de banho tivessem mais qualidade e se disponibilizassem as de rosto.

Na mesma noite, lembrando que nessa época do ano o sol se põe após as 21:30 horas, passeamos pelo centro da cidade e conhecemos o Casco Viejo de Bilbao. No caminho conversamos com uma jovem basca chamada Euskaea, muito simpática, que ajudou-nos a chegar à Plaza Nueva e indicou-nos o bar Café Bilbao, onde saboreamos deliciosos “pintxos”, como eles chamam as “tapas” no Pais Basco.

No outro dia pela manhã conhecemos a belíssima e diferente Ponte da Biscaia, em Portugalete. Patrimônio Mundial pela Unesco, é uma ponte “colgante”, de transporte, concebida, desenhada e construída pela iniciativa privada entre 1887 e 1893, que une as duas margens da ria de Bilbao. É considerada a ponte de transporte mais antiga do mundo.

A próxima parada foi no Museu Guggenheim Bilbao, um dos cinco museus pertencentes à Fundação Solomon R. Guggenheim no mundo. Interessantíssimo sob os aspectos arquitetônicos, estava com um exposição temporária da artista Yoko Ono. Mucho Loka.

No caminho entre Bilbao e San Sebastian programamos nossa segunda “parada especial gastronômica”, no Restaurante Asador Etxebarri, em Atxondo, pequeníssimo e lindíssimo vilarejo rural. Tem umas dez casas. O Chef Victor Arguinzoniz assim define o restaurante: En el valle de Atxondo, entre la belleza de Axpe y junto a las faldas del Anboto, entorno lleno de mitología, se encuentra el Asador Etxebarri. Alejado del mundanal ruido y siguiendo la técnica ancestral del fuego a partir de diferentes tipos de leña, se practica una cocina tradicional innovada que utilizando la magia de la brasa nos ofrece sorprendentes posibilidades preservando la identidad natural de los productos.

A especialidade do restaurante são os grelhados. Nesse dia chovia muito. O vilarejo estava coberto de neblina, mais deu para sentir a paz e a elegância rural dos arredores.

Em San Sebastian, hospedamo-nos no simpático Hotel Leku Eder, localizado na beira do Oceano Atlântico e na subida do Monte Igueldo, uma das atrações da Capital do Departamento de Guipúscoa, no Pais Basco.

Sem perder tempo, fomos conhecer a Parte Vieja de San Sebastian. Muito charmosa, lotada de turistas e com inúmeros e deliciosos bares de pintxos. Após algumas fotos, resolvemos fazer um tour por alguns deles, experimentando pintxos e vinhos. Ao final, paramos no Bar Zeruko, que consideramos o melhor dos bares de pintxos do Casco Viejo que visitamos. Ao entrarmos não vimos muita diferença dos demais na apresentação dos pintxos colocados no balcão. Após o pedido ocorre a transformação. Alguns vêm com grelhas para que o cozimento seja terminado na mesa, outros vêm em combustão. As opções eram especiosamente deliciosas, exóticas e lindas.

No dia seguinte conhecemos o Monte Igueldo, de onde se tem uma visão panorâmica e privilegiada do Oceano Atlântico e de San Sebastian. Descendo a montanha, deixamos o carro estacionado (tivemos certa dificuldade em comprar o tíquete no parquímetro porque as instruções eram todas em euskara, a língua basca). Passeamos a pé no calçadão da orla de San Sebastian, muito bem organizado e limpo. Há simpáticos cafés e restaurantes com terraços voltados para a praia.

O almoço desse dia foi no Restaurante Martin Berasategui, em Lasarte-Oria, a cerca de 12 km de San Sebastian. Foi nossa terceira aventura gastronômica da viagem. Escolhemos o Menu Degustação (treze pratos) e nos deliciamos com a excelência dos pratos harmonizados com os vinhos Vallegarcía 2011 (branco) e Alíceres 2007 (tinto). Foi um dos pontos altos da viagem. Faz jus às três estrelas no guia Michelin. O Chef, muito simpático, fez questão de ir a todas as mesas, tirar fotos e dar autógrafos. Segundo disse é amigo do Chef brasileiro Alex Atala. Já esteve no Brasil, em São Paulo, Manaus e Minas. Disse também que viria assistir ao jogo da Espanha em Salvador. Deve ter voltado triste depois da goleada sofrida diante da Holanda.

Depois de mais um passeio pelo centro de San Sebastian, voltamos para o hotel e nos preparamos para, no dia seguinte, deixar a Espanha e seguir para nosso próximo destino, a França.

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